sexta-feira, 14 de abril de 2017

Foi Amor

(Reflexão para a Celebração da Paixão de Jesus na Sexta-Feira Santa por Pe. Rogério Zenateli) 
Foi amor. Assim se define o que Jesus, o Cristo de Deus Pai, em seu itinerário de encarnação e ressurreição realizou pela humanidade.

Jesus salienta não a morte mas, sim a ressurreição: vida que vence a morte! Foi para isso que se encarnou, chegou a sua glorificação.

Homem experimentado na dor, no mais alto grau de sua paixão, como profetiza o profeta Isaias, não tinha aparência humana. Jesus reparte suas riquezas com seus valentes seguidores, entregou seu corpo à morte, contado como um malfeitor, resgatou na verdade, a todos que, numa via de pecados caminhavam e intercedeu em favor de todos.

Em sua vida terrestre dirigiu preces e súplicas com clamor forte e lágrimas àquele que era capaz de livrá-lo da morte e, foi atendido pela sua fidelidade à vontade daquele que o enviou. Ao morrer, Jesus, tornou-se causa de salvação eterna para todos que lhe obedecem.

As razões porque condenaram Jesus à morte, trouxe luz para os corações mais simples e, isso causou o abalo nas pessoas de corações turvos e que detinham o poder em Israel.

Quatro luzes que plenificou a alegria e a esperança dos simples e abalaram os corações de pessoas turvas.

1.   Em Jesus, se revelou um novo rosto de Deus Pai – Guias espirituais do tempo de Jesus, mostra um Deus legislador e juiz rigoroso diferente dos profetas: um Deus que é esposo e pai. O Deus apresentado pelos guias espirituais dos judeus na época de Jesus traz a tristeza e o medo de Deus. Jesus, ensina que devemos ter medo do mal e do pecado, não de Deus. Deus ama os maus e os bons e a Ele devemos nos dirigir com a confiança de uma criança. Para os escribas e fariseus mostrar um Deus assim é blasfemo e a pessoa que faz isso deve ser retirado do povo e morto.

2.   Jesus projetou uma nova luz sobre a religião – Uma religião que produz culto vazio é repudiada por Jesus. Dizia sempre: “Esse povo me louva com os lábios, mas, seu coração está longe de mim”. Jesus rejeita uma religião assim por causa da adesão a Deus e não à uma observância ritualística escrupulosa, repletas de preceitos e disposições, sem contar as práticas externas. Um abuso da fé. Uma religião assim cansa, coloca um peso e insuportável jugo sobre o homem. Jesus propõe um único culto que agrada a Deus: aquele que é prestado em espírito e verdade.

3.   Trouxe uma nova luz sobre a pessoa humana – Todos querem ser grandes no mundo. Na época de Jesus grande era os fariseus, os escribas, mestres da Lei, Herodes e seus filhos, o imperador...eles oprimiam e exploravam o povo. Jesus inverte e considera um homem de sucesso aquele que não vence mas que, perde; não quem domina mas, quem serve; não quem pensa em seu bem-estar e no seu lucro mas, quem se sacrifica pelos outros. Um homem de sucesso é aquele que prefere ser glorificado por Deus do que pelos outros homens e mulheres da terra.

4.   Traz luz para uma nova sociedade – Na atualidade, vivemos em uma sociedade competitiva, se não formos bonitos, inteligentes, ricos, simpáticos, fortes e não termos boa saúde não conseguiremos muita coisa na vida. Jesus lança uma luz sobre essa mentalidade que também estava presente em sua época: aceitar uma criança. A criança era símbolo de quem não tem nenhuma importância, de quem não tem valor e é dependente de alguém, nada produz e apenas consome e possui necessidade de tudo. Jesus ensina que no mundo novo: os carentes passarão da periferia para o centro: a nova sociedade deve ajudar os carentes a crescerem; projetarem e construir a própria vida e não serem dependentes de poderes que corrompem e denigram a pessoa humana e o sistema.

 Para fugir da condenação à morte, Jesus poderia ter ficado calado, em silêncio, porém, sua missão seria um fracasso. Ele preferiu amar acima de tudo a humanidade e toda criação do Pai.

Suas últimas palavras foram: “Pai perdoa-lhes pois não sabem o que fazem” (Lc 23, 34) – Em verdade eu te digo: ainda hoje estarás comigo no paraíso” (Lc 23, 43) – “Mulher, este é o teu filho. Filho esta é a tua mãe” (Jo 19, 26-27) – “Meu Deus, meu Deus, por que me abandonaste?” (Mc 15, 34) – “Tenho sede” (Jo 19, 28) – “Tudo está consumado” (Jo 19, 30) – “Pai, em tuas mãos eu entrego o meu espírito” (Lc 23, 46).

Por amor, Jesus serviu a humanidade e por Deus foi glorificado. Não quis a glória e honras dos homens de seu tempo, preferiu antes fazer a vontade de Deus do que as suas. Deus o glorificou pela sua fidelidade e amor. Está decretada a derrota dos que se lançam às forças da maldade. O amor venceu.

Jesus é uma mensagem profunda de amor do Pai à toda a humanidade. 

Referência Bibliográfica
ARMELINI, Pe. Fernando, scj. Celebrando a Palavra: Festas. São Paulo/Ave Maria, 2007. 4 ed. p. 238-247.

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