terça-feira, 23 de fevereiro de 2016

Fé, vida e religião vazias, podem?



Foto: Padre Rogério Zenateli

Fé, vida e religião vazias, podem?
Reflexão sobre Isaias 1, 10.16-20 e 
Evangelho Mateus 23, 1-12

Por Padre Rogério Zenateli

A humildade constitui-se um importante passo na história de nossa vida. Reconhecer que somos humanos e limitados, que cometemos erros em nosso caminhar e mudar nossas atitudes a fim de não errar mais, torna-se além de humildade, conversão.

A humildade e a conversão são elementos essenciais do que agrada a Deus em nosso envolvimento com Ele e com o próximo. Pois, assim, o que nos perdoa os pecados que possuímos, não são os cultos e oferendas: são a justiça e a misericórdia de Deus.

A humildade e conversão que praticamos são vias que nos torna justos (santos) na história de nosso perdão. Esse processo de perdão iniciado por Deus por causa de seu amor por nós, se insere em sua justiça e misericórdia. Uma vez que, reconhecemos nossas culpas, Deus lança a sua justiça contra nossa fraqueza. Reconhecendo com humildade que somos fracos, o arrependimento dos nossos atos errôneos, é o motor que nos impulsiona à misericórdia de Deus em nosso progresso de conversão.

As atitudes de enfrentar a nós mesmos e corrigirmos o que fere a nossa humanidade, Deus nos sacia com a sua justiça e misericórdia, perdoa nossos pecados e confia em nós porque nos ama.

O homem religioso deve, no culto prestado a Deus, oferecer os elementos de sua humildade e conversão. De nada adianta uma prática litúrgica desvinculada da fé e da vida. Torna-se culto vazio e sem sentido a Deus. Exaltar a fé e não vida de fé esvazia-se inclusive a religião.

A liturgia sincera de um culto a Deus deve manifestar a história da vida de fé do povo. Encarnada na realidade humana e elevada a Deus como sinal de sua presença junto ao povo, agindo com a sua justiça e misericórdia, é o culto que se presta sobre os altares a Deus.

Exprimir, na liturgia, a participação do amor de Deus na história do homem e desse na história do amor de Deus por cada ser vivo. O exprimir a fé em sua vida torna-se uma resposta positiva da parte do homem para com Deus e um culto agradável.

Sinal que corresponde a fé e vida do povo são as práticas de uma religião inserida na justiça e misericórdia de Deus que não lhe oferece um culto vazio, mas, a expressão da corresponsabilidade e participação com a justiça e misericórdia de Deus na vida de cada homem e mulher no mundo.

Partindo de uma história individual ao coletivo na manifestação da fé e vida e ou vida de fé. Assumindo com humildade e me convertendo diante de minhas fraquezas sou exemplo a ser seguido. Senão, a hipocrisia reina assim como o vazio de um culto desnecessário a salvação.

Possamos celebrar bem nossas liturgias não só nas igrejas, mas, inclusive nos altares que o nosso dia a dia nos oferece. Sempre sejamos os homens e mulheres que agem liturgicamente para o bem de todos e glória de Deus. Senão, esvaziamos de sentido a nossa fé, a nossa vida e a nossa religião.

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