quarta-feira, 6 de janeiro de 2016

CORAGEM E UNIDADE PARA ENFRENTAR OS DESAFIOS HUMANOS

Por Padre Rogério Zenateli

O homem não pode ficar com o coração endurecido por muito tempo. Depois de conhecer a Deus e o seu amor, o homem deve abrir-se a uma crescente comunhão com Deus Pai e seu semelhante.

Deus Pai nos ama e, por isso, precisa ser correspondido. Esse amor a Deus só é melhor se também amarmos uns aos outros (1Jo 4, 11-18). O cristão não pode amar simplesmente a Deus e dizer que está em comunhão com Ele se, não produzir os frutos desse amor: o auxílio aos demais semelhantes.

Deus Pai amou tanto o mundo que enviou no tempo oportuno o seu Filho, Jesus, para que todos que n’Ele cressem fossem salvos.

Jesus é o auxílio de Deus Pai aos homens por Ele amados. O princípio e o fim. Por isso, a comunhão verdadeira é realizada na unidade com o divino.

O Evangelista Marcos nos relata intensamente a humanidade de Jesus que se entrega ao Pai (Mc 6, 45-52). Na atitude de orar, não só Marcos mas, os demais Evangelistas narram os constantes momentos de Jesus em oração.

Jesus, estava sempre em comunhão com o Pai na oração. Modelo de pessoa orante para poder enfrentar as dificuldades que a vida proporcionaria no rumo de sua missão.

Os discípulos de Jesus ainda se encontravam com o coração fechado, mesmo o reconhecendo Filho de Deus, o Messias esperado, ainda não haviam se libertado das antigas propostas egoístas de um coração humano fechado em si mesmo. Compreensão de toda a plenitude de Jesus Cristo, só advém a eles após a ressurreição.

No sinal da travessia andando sobre o mar, Jesus, vem em auxílio de seus discípulos que enfrentam os desafios de uma pequena barca no grande mar. Retrato de um mundo entregue às ideologias egoísticas, que querem afundar a barca dos discípulos com uma proposta contrária.

Expressando a luta entre o bem e o mal, a cena do evangelho de Marcos, pinta, na tela da vida humana, a resposta que o homem precisa para vencer o que o oprime na contra mão dos princípios que acredita. A comunhão com Jesus.

Ele nos ama por primeiro. Nos conquistou com esse amor. Corresponder a esse amor é se entregar confiantemente em suas mãos para podermos superar o mar de tormentos que a vida nos apresenta contra aquilo que acreditamos.

Ele, Jesus, nos ensinou a íntegra comunhão do homem com Deus Pai, e essa comunhão só é completa quando amamos uns aos outros. Essa foi a compreensão dos discípulos de Cristo após a sua ressurreição.

Ele, Jesus, tem o poder de submeter as forças de ideologias contrárias ao seu projeto de amor. Não ficou fechado no egoísmo, se abriu à partilha. E mesmo os discípulos ainda presos ao contrário do que ensinara, ficou em comunhão com o Pai e este lhe dava as condições para ir em busca de concluir sua missão e não deixar de lado os princípios que ensinara.

Essa é a lição de Cristo para todos os que n’Ele creem: coragem para vencer os obstáculos da vida. Coragem é pautada não na solidão, mas, no amor que Deus tem por nós, no amor que temos por Ele, e nos impulsiona a nos amar uns aos outros para que seja concluída nossa missão em unidade com a missão de Cristo Jesus.

A unidade com Cristo é baseada em nossa oração cotidiana e na ação verdadeiramente eucarística: a de não apenas recebermos o Corpo e Sangue de Jesus, mas, fazermos comunhão com Ele. Quem come da sua Carne e bebe de seu Sangue permanece nele e Ele naquele que o recebe.

A coragem na continuidade do seguimento de Jesus é o princípio ativo para o cristão. Não se fechar em si mesmo, mas, abrir-se ao projeto divino e nele permanecer. O projeto é a unidade com Deus e os semelhantes.

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